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Mito ou Verdade: Cabelo Natural é difícil?

Olá Carapinha Lovers!

Hoje vamos revisitar uma questão que temos visto a ser aflorada (novamente) nas redes sociais, que é a afirmação de o nosso cabelo no seu estado natural ser difícil. Esta é uma questão particularmente sensível para nós. Primeiro porque nós próprias partilhámos dessa opinião durante grande parte das nossas vidas. Segundo, porque sentimos que limitava a nossa perceção do nosso cabelo e de nós mesmas.

Assim, um dos nosso principais objetivos, quando decidimos criar o projeto We Love Carapinha era e é desmistifcar esta e outras afirmações do género, baseando-nos na nossa experiência com o nosso próprio cabelo.

De acordo com a nossa experiência, essa crença deriva de duas premissas:

nós sentimos que estamos sempre a dizer isto, mas percebemos que isto é algo que é mesmo fundamental para compreendermos que o nosso cabelo não tem nenhum problema. E é com interesse que constatamos que, frequentemente, muitos de nós continuamos a preferir ficar na ignorância do que compreender determinadas características do nosso cabelo.

  • da comparação com outras texturas, especialmente com os cabelos naturalmente lisos.
    Quando qualificamos o nosso cabelo como fácil ou difícil, estamos automaticamente a fazer uma comparação. Ora vejamos, qual é o padrão de “facilidade” que nós estamos a considerar? E estamos a colocar algo num patamar superior, “fácil”, “desejável” e outra coisa num patamar inferior, “difícil”, “indesejável”.
    Porquê comparar dois cabelos diferentes, de forma a valorizar um e a desvalorizar outro? No vídeo que se segue, nós exploramos melhor esta ideia.

Mito #3 – Cabelo Crespo é difícil

Mais ainda, se formos ver bem, quando especificamos que o cabelo natural tem esta dificuldade, estamos a insinuar que se o cabelo estiver alisado será mais fácil. Será que isso é mesmo assim? Descobre a nossa perspetiva no vídeo seguinte.

Mito #2 – Cabelo Crespo liso é mais fácil de cuidar

Estas crenças estão de tal forma embutidas nas nossas mentes que frequentemente não nos damos conta dos termos pejorativos que empregamos quando descrevemos o nosso cabelo. “Mau cabelo”, “cabelo velho”, “cabelo duro”, “palha de aço”, “cabelo difícil”, etc.,  ou a forma como dizemos que o cabelo é lindo mas não e fácil.

As consequências…

Quantas vezes dizemos que temos de ensinar as crianças a amar os seus cabelos? Pois é, as ações falam mais alto do que as palavras, e as crianças aprendem através do exemplo. Se queremos que elas se valorizem, temos de fazer o mesmo connosco próprios.
Assim, se dizemos ou insinuamos coisas negativas em relação aos nossos cabelos, as crianças vão pensar da mesma forma. Se não aplicamos estes adjetivos a outras partes de nós igualmente trabalhosas, como por exemplo os nossos dentes, as nossas unhas, as nossas pernas, joelhos, ossos, fígado (LOL), porque é que nos sentimos tão prontas a desdenhar o nosso cabelo e culpá-lo por ser “difícil”?

Esta imagem mostra bem como o esforço pode ser contraprodutivo de ensinar com palavras e "des-ensinar" com acções ou linguagem corporal.

Para concluir, vamos sugerir uma auto-reflexão: será que aceitamos realmente o nosso cabelo quando dizemos que ele não é fácil ou travamos uma luta diária contra o fator encolhimento? Que exemplo estamos a passar para as gerações seguintes?

Amem os vossos cabelos!

Carla e Telma.